terça-feira, 26 de julho de 2016

Conhecimentos Básicos (Parte 2 de 3)

INTERIOR DO PLANETA TERRA

Parece loucura, mas para entender como uma cadeia de montanhas surgiu na Terra, você precisa entender (mesmo que superficialmente) o interior do nosso planeta. Então, em pouquíssimas palavras, vamos lá:

Na escola eu aprendi que a Terra era dividida em: crosta, manto e núcleo. A maioria de vocês também deve ter ouvido falar isso. Essa divisão está correta, mas é baseada nos aspectos químicos dos materiais. Além dessa divisão, podemos dividir a Terra baseada nos aspectos físicos, ou seja, no comportamento mecânico de cada uma das camadas, em síntese, fica assim: litosfera (dura), astenosfera (não é líquida, mas é mais maleável, algo "parecido" com uma espada de ferro derretido no momento em que está praticamente resfriada), mesosfera, núcleo interno e externo (ou endosfera).

Aqui o que nos importa é a tectosfera, ou seja, as partes da Terra que estão envolvidas nos processos Tectônicos que são: a litosfera e a parte superior da astenosfera.

Litosfera (do grego "lithos" = pedra) é a camada mais superficial do planeta, onde nós pisamos. É uma camada sólida, constituída de solo e rochas. É formada pela crosta e por parte do manto superior.

Astenosfera (do grego "asthenes" = fraqueza): é a camada situada imediatamente abaixo da litosfera, inclui parte do manto superior e da zona de transição (entre mantos superior e inferior), é constituída de material sólido moldável/dúctil, seu comportamento mecânico é plástico e transmite calor por convecção.







Outra informação importante é que existem dois tipos de crosta: a crosta continental e a crosta oceânica. É bem literal mesmo, a crosta continental é a que pisamos nos continentes da Terra enquanto a oceânica é o assoalho (algo tipo o "piso duro") que se encontra no fundo dos oceanos. Ambas são sólidas (ou seja é tudo pedra), mas são constituídas de rochas completamente diferentes: enquanto as rochas da crosta continental tendem a ter tonalidades mais claras e densidade um tanto mais leves, as rochas da crosta oceânica tendem a ser mais escuras e muito mais densas pois sua composição é rica em ferro e níquel.




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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Conhecimentos Básicos (Parte 1 de 3)


Antes de falar qualquer coisa sobre a Geologia ou sobre a cadeia de montanhas dos Andes, é preciso falar da famosa Teoria das Placas Tectônicas e um pouquinho sobre o Tempo Geológico. Então, vamos lá:


TEMPO GEOLÓGICO

Mil anos te parecem muito tempo? Tudo depende do referencial.




Não pretendo que você leitor aprenda e nem que decore todos os nomes e datas de cada um dos períodos da Tabela de Tempo Geológico. Neste tópico quero apenas que vocês compreendam a imensidão do Tempo Geológico e a (praticamente) irrelevante participação do homem nesse contexto. 

Os Geólogo que me desculpem, mas elaborei esta figura didática para tentar facilitar o entendimento da noção do tempo geológico. A quem possa interessar, a Tabela do Tempo Geológico oficial criada pela Comissão Internacional de Estatigrafia pode ser acessada aqui: Timescale .



Inicialmente, repare que o Tempo Geológico é dividido em Éons, Era, Período e Época. São divisões e subdivisões, algo parecido com a taxonomia da Biologia (Reino, Filo, ... Gênero, Espécie) só que com o tempo. Cada uma das subdivisões tem sua razão de existir, por exemplo, o Hadeado é um Éon caracterizado pela completa ausência de vida no Planeta Terra, o Arqueano (2.500.000.000 de anos atrás - ou simplesmente 2,5Ga) se inicia com o aparecimento das primeiras bactérias e algas primitivas nos oceanos, então, em por aí vai. Não vou explicar qual é o marco de cada um dos períodos, por motivos de, eu teria que escrever um imenso livro, mas saiba que existe uma razão para cada marco.

Agora repare que o Hadeano, Arqueano e Proterozóico constituem juntos praticamente 90% do tempo de existência do Planeta Terra. Veja a figura abaixo!  Ela é rudimentar, mas é bastante ilustrativa. Imagine que cada traço vermelho representa algo próximo a 500 milhões de anos.





Por outro lado, os últimos 500 Ma "vividos" por nosso planeta são os anos que detalham a evolução dos seres vivos. No Cambriano ocorreu o grande "bum!" de aparecimento se seres vivos, nesse período se desenvolveram anelídeos, artrópodes, braquiópodes, moluscos, esponjas, entre outros seres vivos. Esses seres vivem até hoje? A maioria não. O planeta passou por mudanças drásticas que trouxeram uma série de extinções em massa, eventos catastróficos que mataram centenas de milhares de seres vivos. Depois dessa extinção o planeta passou por diversos outros processos e a evolução dos seres vivos continuou, no Mesozóico apareceram os dinossauros que - como todos sabem - também foram extintos por eventos catastróficos e, finalmente, mais ou menos há 7 milhões de anos atrás apareceram os primeiros hominídeos. Finalmente, por volta de 160 mil anos atrás apareceram os primeiros no Planeta Terra. 

Voltando na figura ali de cima, imagina que o último traço vermelho representa 500 milhões de anos e que aquele tracinho pequeno verde em cima do traço vermelho seria algo toscamente representativo de 7 milhões de anos atrás (primeiros hominídeos), então, se eu quisesse representar algo próximo de 160 mil anos (primeiros Homo Sapiens) na figura, não seria possível porque é tão pequeno que seria invisível. Agora você compreende porque mil anos são considerados pouco tempo ou quase nada?




Sugestões de Leitura:




Para Geólogos:




Sugestões de Vídeos:


  • Ilustrações do Planeta em cada Era do Tempo Geológico







  • A Origem do Nosso Planeta








segunda-feira, 11 de julho de 2016

Gênesis do Blog


Tudo começou com uma ideia remota de uma viagem pela América do Sul que incluiria visitar o Peru, a Bolívia e o Chile. Aos poucos, a viagem passou de extremamente remota e abstrata para real e programada.

Com as passagens compradas comecei uma grande busca por informações sobre os lugares que iríamos visitar nesses 20 e poucos dias. Essas buscas me levaram a incluir lugares que nem iríamos passar (como Puma Punku, por exemplo) e, com o passar do tempo, eu tinha acesso a tantas informações sobre tantas coisas diferentes que já não conseguia guardar mais na minha cabeça somente lendo, então, comecei a fazer notas para eu poder ler antes da viagem e relembrar as informações.

Por ser Geóloga, eu não poderia deixar de lado o espírito aventureiro e curioso de revirar a Geologia Regional dos locais que irei visitar, então, além das informações clássicas sobre os destinos, inclui buscas em artigos científicos sobre as formações geológicas dos locais  e decidi fazer um grande resumo simplificado sobre isso para poder explicar, didaticamente,  a quem se interessar pelo assunto. 

Então, assim nasceu este blog, com um empurrãozinho de Renata, minha esposa (obrigada, amor!). O plano é coletar materiais, elaborar resumos didáticos e organizados e aos poucos postar aqui para que todos os interessados possam ter acesso às informações.

Alguns me julgam louca outros admiram a minha organização.
E você, em qual time está?