segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Roteiro América do Sul (Peru-Bolívia-Chile)

Como nosso roteiro pela América do Sul foi criado

Definir o roteiro de uma viagem é uma das partes mais empolgantes da trip. É o momento de ler sobre os países, buscar informações do que ver, visitar e onde ir, além de se auto imaginar em cada lugarzinho que você visualizou pelas fotos da internet. Descobrir informações sobre as temperaturas, clima e, no nosso caso, altitude de cada canto que queremos estar.

Porém, essa etapa é seguida de uma outra bem chatinha que é: cortar coisas. Tem muita coisa para ver, mas infelizmente há dois fatores limitantes na vida de todos nós: Tempo e Dinheiro.

Tendo em mãos onde queríamos ir, quanto tempo tínhamos e quanto dinheiro poderíamos dispor no momento, chegamos ao roteiro que vai subsidiar as informações geológicas deste blog. O destino já sabíamos: América do Sul. Os países também: Peru, Bolívia e Chile. Os três foram escolhidos pensando justamente em passeios e tours que envolviam conhecer lugares e paisagens que são completamente diferente das que encontramos aqui no Brasil: Desertos, Oásis, Salar, Lagunas, Géisers, Montanhas e Vulcões estarão pelo nosso caminho.

Vou adiantar aqui o roteiro para vocês: Brasília → Guarulhos (escala)  Lima → Ica → Huacachina → Ica → Lima → Cusco → Copacabana → La Paz → Uyuni → San Pedro do Atacama → Calama → Santiago (escala) Guarulhos (escala) Brasília.

Agora, vamos falar de como chegamos a este percurso.

O primeiro ponto é definir por onde começar e onde terminar. A maneira mais barata (e que leva mais tempo) é fazer um roteiro circular, começando e terminando na Bolívia, precisamente por Santa Cruz de La Sierra. Mas seguir com esse roteiro nos tomaria algo que não tínhamos muito a disposição, no caso, o tempo.  Buscamos então uma forma de levar menos tempo nos deslocamentos, mas que ainda fosse economicamente viável. Para levar menos tempo optamos por iniciar a trip em um país (Peru), atravessar o outro (Bolívia) e terminar no terceiro (Chile). Para deixar isso economicamente viável embarcaremos em algumas longas horas de escalas e emitimos as passagens utilizando milhas já que comprar o trecho de ida separado do de volta é muito mais caro (+/- 2mil reais cada trecho) do que comprar o trecho com milhas (18mil milhas ida e 20mil milhas volta). Mesmo assim não saiu exatamente barato, mas decidimos investir um pouco mais no custo e ganhar no tempo.  

O primeiro país: Peru.

O Peru vai nos proporcionar contrastes fantásticos. Iremos sair de Brasília, há 1.172m, vamos para lima, nível do mar, passaremos por Ica, há 406m, e chegamos, por fim, em Cusco, 3.399 metros acima do nível do mar.

Lima será nossa primeira cidade. É a capital do Peru e os passeios aqui serão mais “urbanos”. Andar pelas ruas, arquitetura, centro histórico, sítio huaca pucclana, circuito mágico das águas e Lacomar estão no nosso roteiro.

Ica, na verdade, precisamente Huacachina (uns 5 minutos de Ica), é um oásis incrível. Partiremos de Lima, de ônibus, para Ica, em seguida vamos pegar um táxi para Huacachina. Huacachina é uma espécie de vilarejo de Ica, com população de cerca de 100 pessoas, construído ao redor de um oásis.




De huacachina partiremos também para dois passeios em Paracas: Islas Ballestas e Reserva Nacional de Paracas. As Islas Ballestas impressionam por suas formações rochosas e a diversidade de espécies encontradas na região: Aves, pinguins, lobos e leões marinhos.



Voltaremos para Lima e lá pegaremos um avião para Cusco. A empresa escolhida foi uma peruana, chamada Star Peru, que apresentou o melhor custo-benefício. Faremos este trecho de avião, por que fazê-lo por terra pode significar uma viagem de até 24 horas, enquanto de avião o percusso é feito em cerca de 1 hora. Subir montanhas só é "fácil" voando, o relevo prejudica e dificulta muito a viagem terrestre. Então, voando chegaremos a Cusco, há 3.399 metros do nível do mar, e veremos uma cadeia de montanhas que circunda a cidade e obriga os pilotos a fazerem uma aterrissagem um tanto quanto brusca.

Cusco é um destino completo por si só, oferece tanto aventura, quanto cultura. Aqui optamos pela cultura e uma aventura, digamos, parcial. Está no nosso roteiro: Centro Histórico de Cusco, passeio de quadricíclo para Moray-Maras, Valle Sagrado e, claro, Macchu Picchu, incluindo a subida ao Huayna Picchu. Estando ao vivo nas cidades construídas pelos Incas e, por sorte minha, com duas geólogas de companhia, vamos tentar responder / entender como os Incas construíram estas cidades? De onde vieram essas pedras? Arredores de Cusco? Elas fazem parte das outras formações rochosas encontradas na região? E essas pedras cortadas de forma extremamente retas?


Não iremos fazer (fatores limitantes, lembram?) as famosas Rainbow Mountain. Mas fica o registro aqui para, se possível, que este blog aborde a formação deste complexo. Tenho certeza que é muito interessante.






Ao sairmos de Cusco, damos um até breve (espero) para o Peru e partimos para a Bolívia.

O segundo país: Bolívia

Na Bolívia teremos acesso a um povo com uma cultura bem peculiar. A política externa conduzida por Evo Morales, atual presidente da Bolívia e eleito desde 2005, com foco no fortalecimento do nacionalismo, reverbera por todo o país. Tradicionalmente de origem agrária, a Bolívia parece ter parado no tempo (por volta de 1970), com seus carros, casas, roupas, construções e costumes.

Copacabana será a primeira cidade boliviana que visitaremos. O acesso será via terrestre, um onibûs que parte de Cusco com destino a Copacabana. Subiremos um pouco mais em altitude, Copacabana está localizada há 3 841 metros acima do nível do mar e é a “casa” do Lago Titicaca, apesar deste lago também margear Puno (Peru), é em Copacabana que consideramos que o lago apresenta sua feição mais bonita.



O Lago Titicaca é considerado o lago mais alto (de altitude) do mundo. Nossa visita à Copacabana contará com um passeio pelo Titicaca e uma passada rápida na famosa isla del sol.

De Copacabana partiremos para La Paz. La Paz não é a capital da Bolívia, mas é a sede do Governo Boliviano (A capital constitucional da Bolívia é Sucre). La Paz está a 3.660 metros acima do nível do mar, localizada em um vale rodeado por montanhas de grande altitude que pertencem a Cordilheira dos Andes. Estão previstos passeios por Tiwanaku (um sítio arqueológico pré-colombiano), Chacaltaya (pico da cordilheira dos Andes que abrigava a estação de esqui mais alta do mundo, atualmente desativada), Valle de la Luna (Sítio arqueológico apelidado assim devido a suas formações rochosas aparentarem o solo da Lua) e o famoso Downhill na estrada da morte.



Saindo de La Paz optamos por seguir para Uyuni, outro ponto alto do nosso roteiro. Nossa intenção: Fazer o Salar de Uyuni com transfer para o Atacama. O percurso entre La Paz e Uyuni também será feito via terrestre, de ônibus.

Uyuni é a base para partir para o Salar de Uyuni que é a maior planície de sal do mundo. O tour de 3 dias passa pelo Salar e também pela Reserva Eduardo Avaroa. Durante estes dias montanhas, vulcões, lagunas e geisers nos acompanharão pela paisagem.




As montanhas que se encontram na Reserva Eduardo Avaroa fazem fronteira com o Chile. Por este motivo, as empresas de turismo oferecem o transfer para o Chile, levando os mochileiros até San Pedro do Atacama.


O Terceiro país: Chile

Após a travessia chegaremos em San Pedro do Atacama. Cidade considerada como uma das mais famosas de todo o Chile, é a base para os passeios que saem para o deserto do atacama, último ponto alto de nossa viagem. Em San Pedro do Atacama, os passeios irão variar de altitude por volta de 3.500 metros acima do nível do mar, podendo ultrapassar até 4 000 metros em determinados pontos.



Para San Pedro do Atacama temos programado passeios pelo Valle de la Luna, Piedras Rojas, Lagunas Altiplânicas, Salar de Tara e um Tour Astronômico. Contrário do que pode parecer ao se falar que vai visitar um deserto (paisagem monótona, mesma coisa de sempre, um monte de areia junto), San Pedro do Atacama surpreende ao oferecer diversidade em suas paisagens e atividades a serem feitas: As formações rochosas do Valle de La Luna e suas cavernas, o SandBoard nas dunas do deserto, o vermelho das Piedras Rojas, lagunas com águas de cores inacreditáveis, vulcões ainda ativos e gêiseres gigantescos.









Em San Pedro do Atacama iniciaremos nossa peregrinação de volta para casa. Um transfer irá nos leva de San Pedro do Atacama para Calama (cerca de 100 km de distância). Não visitaremos nada em Calama, ela é uma cidade apenas de transferência, nosso voo com destino para Brasília parte de lá. Nossa conexão será Calama → Santiago → São Paulo → Brasília. E, enfim, chegaremos em casa depois de mais de 20h de viagem.



Texto: Renata Brito Tanizaki
Ilustrações: Inúmeras fontes da internet

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